Eu não queria que minha alma desabasse quando você sai por essa porta. A verdade é irrelevante até o ponto em que você a vive. É preciso sentir na pele os traumas com os quais você vai crescer, é preciso aprender a parar de dormir e abrir os olhos para o mundo ao seu redor, é preciso com tanta violência resultar em horas de medo tremendo com medo da sua própria casa. Me agarro tão forte a qualquer fantasia porque fujo de qualquer realidade, tenho tantos medos que nem ao menos sabia que existiam, mas você fez questão de apresentá-los quando eu ainda era tão nova, quando eu nem ao menos sabia o porque de estar chorando, mas você já estava com a minha sentença. Minha dor não é de agora, é cumulativa, minhas rugas com menos de vinte anos não são a toa. "Vai passar", falei tantas vezes as palavras repetidas por dentre tantos votos de orações esperando que esse pesadelo acabasse, esperando que alguém nesse mundo soubesse que existem pessoas capazes de sofrer tanto assim sem nem ao menos suportar um terço de tantas malícias nem ao menos reconhecidas. Porque meus braços são pequenos para me abraçar por completo? pra poder juntar todos os pedacinhos que caíram de mim no chão, pra poder me reconstituir, voltar a levantar, conseguir denovo respirar. Meus medos perdidos dentro de mim e do meu coração, se perderam, existem tantos que nem ao menos eles conseguem se aguentar. Meus olhos não aguentam mais de água a transbordar por tantas e tantas semanas, por tantos dias perdidos da minha vida, da fase que deveria ser a mais alegre da minha vida. Crianças jamais deveriam chorar porque os próprios pais ordenaram, eles deveriam ter ao menos consciência de que essas noites sem dormir continuam na memória por tantos anos, que nada passa na vida. Que eu apenas consegui dormir outra vez sem chorar, mas a cena na memória continua viva, mais viva do que no próprio dia. Desmaiar por dentro, quando o seu mundo cai, quando você deve aprender a levantar porque no outro dia tem que estar de pé para aprender a caminhar, tão incoerente, tão incensato, tão banal tirar a minha vida por pura ignorância, por não saberem que crianças também tem a capacidade de entender um olhar, uma palavra, uma briga. Por não saberem pensar como eternas crianças.
Ah, como eu queria que eu tivesse alguém para fugir desse mundo, dessa casa tão rápido, aliás mais rápido do que meus dedos nesse velho teclado. Como eu sou feita de desejos reprimidos, de vontades sem forças para se tornarem realidade, meus antigos sonhos foram levados, enxarcados com minhas lágrimas, com a tua água que caia de mim como rios que levaram tudo, tudo.
Eu queria poder ter alguma ordem judicial para que tudo isso jamais voltasse,principalmente sabendo que nesse exato momento milhares de outras crianças sabem do que eu estou falando.
ps: não copia, não copia, não copia :/
Quem estiver com bom astral como eu depois de escrever tudo isso, não leia. Nem eu li pela segunda vez.
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MY SECRET WORLD
on quinta-feira, 10 de junho de 2010
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